
Annie Leibovitz foi ‘escalada’ como fotógrafa oficial dos Rolling Stones na turnê de 1975, onde se consagrou por se entrosar com o meio e tirar fotografias naturais, como se os fotografados nem percebessem que ela estivesse ali registrando cada momento. Suas idéias inovadoras fizeram da revista Rolling Stones o que ela é hoje, suas capas inusitadas surpreendiam e instigavam os leitores a olhar mais de perto as fotografias. Annie criou o molde de capa para a revista com menos informações e mais detalhes na foto, fazendo com que a foto fosse vista como a parte mais destacada da capa, sem rodeios.
Com gastos exorbitantes para produzir suas fotos, a fotógrafa nunca foi conhecida por se incomodar com suas finanças, preocupava-se mais com seus cenários e figurinos extraordinários e com seu modo de viver luxuoso, incluindo um apartamento às margens do rio Sena em Paris, onde morou com sua parceira Susan Sontag. Segundo a editora da "Vogue", Anna Wintour, "O orçamento não é algo que entre na consciência dela, mas vale a pena, porque no fim ela te dá uma imagem como ninguém mais pode conseguir." Em 1983, Annie passa a trabalhar para a Vanity Fair, fazendo fotos de alta costura agora, não mais vendendo a imagem de bandas, mas roupas de marca e divulgando celebridades através de seus retratos ainda com gastos inimagináveis.
Com a crise, Annie, como muitos artistas dos Estados Unidos, empenhou suas obras em troca de um empréstimo. Segundo o jornal The New York Times, os direitos sobre fotos consagradas e também os futuros trabalhos de Leibovitz pertencem agora à empresa Art Capital – especializada em emprestar dinheiro e receber arte como garantia. Quando Leibovitz quitar a dívida, os direitos sobre sua obra voltam a lhe pertencer. Por não conseguir quitar a dívida no prazo estipulado, Annie Leibovitz foi processada no fim de julho pela Art Capital, cobrando um empréstimo de 24 milhões de dólares, além de diversas propriedades de Annie. A fotógrafa foi acusada também de quebra de contrato por impedir que pessoas interessadas em adquirir suas obras tivessem acesso ao trabalho, uma vez que os direitos sobre elas não mais lhe pertenciam, a empresa poderia fazer o que bem entendesse com as obras. Em meados de agosto, Anna-Lou estava à beira da falência e correndo o risco de perder definitivamente os direitos autorais sobre suas fotos, mas após um acordo com seus credores, a artista conseguiu um novo prazo para quitar sua dívida, tendo as queixas retiradas e recuperado os direitos sobre as imagens.